A rouquidão (ou disfonia) é um sintoma bastante típico dos quadros inflamatórios e infecciosos, que atingem as vias aéreas superiores. Costuma ser encarada sem muita preocupação, por ser passageira e sem grandes consequências.
A voz fica com um tom mais áspero e baixo, muitas vezes inaudível. Embora na maior parte das vezes seja apenas resultado de uma simples gripe, crise alérgica, problemas gastrointestinais ou até de transtornos emocionais, pode ser o primeiro sinal de doenças mais graves.
Neste artigo vamos abordar como ocorre a alteração na voz, suas principais causas, tratamentos e prevenção. Continue lendo para entender melhor!
Como distinguir as alterações na voz?
A alteração no tom da voz — e, por vezes, até a total ausência dela — é a característica típica e inconfundível da rouquidão. Normalmente, ela vem acompanhada de outros sinais, como a dor de garganta, febre, mal-estar, tosse, espirros e coriza.
Nesses casos não há motivos para apreensão. Por ser uma mera repercussão de um quadro benigno e transitório de gripe ou resfriado, nos quais a voz tende a voltar ao normal em alguns dias. No entanto, há situações em que a rouquidão, especialmente quando aparece como sintoma isolado ou persistente, que precisam ser avaliadas de maneira mais criteriosa.
Assim, as alterações na voz ou dificuldade em emitir os sons, podem indicar doenças sérias, como alguns tipos de câncer ou de situações capazes de comprometer as cordas vocais.
Quais as principais causas da rouquidão?
A voz é produzida quando o ar que sai dos pulmões passa pelas cordas vocais, que se localizam na laringe — tubo que interliga a traqueia e a cavidade oral —, e causa uma vibração, produzindo o som.
A rouquidão é uma consequência do mau funcionamento da laringe. Normalmente, ocorre por disfunções das cordas vocais, porém, pode ser causada também por alterações nas estruturas próximas.
De modo geral, ela pode ser provocada por fatores funcionais. Nos casos de tensão emocional e abuso da voz, ou orgânicos, quando há alterações do aparelho fonador, com a presença de nódulos, tumores, entre outros.
Veja a seguir, as principais causas da rouquidão:
Envelhecimento natural
À medida que envelhecemos as cordas vocais podem perder a tensão, provocando um afrouxamento. Com menor tensão, elas deixam de funcionar como anteriormente, alterando a emissão dos sons.
Inflamações ou infecções das vias aéreas
Resfriados, gripes, faringites, laringites e sinusites são as causas mais comuns da disfonia. Nos quadros virais ou alérgicos, geralmente mais brandos, o problema tende a se resolver espontaneamente. Nessas situações, o médico pode receitar remédios que aliviem os sintomas, como tosse, dor local e obstrução nasal.
Já quando há uma infecção por bactérias, geralmente é preciso recorrer aos antibióticos, que só devem ser utilizados com um acompanhamento médico.
Uso inadequado da voz
Forçar o tom de voz, falar alto ou cantar por um período prolongado sem o devido preparo são fatores capazes de levar à rouquidão. Isso ocorre por conta de pequenos traumas na laringe, que podem provocar lesões nas pregas vocais.
Os profissionais que usam muito a voz, como professores, palestrantes e cantores, tendem a ter a repetição dessas pequenas lesões, que pode levar ao surgimento de nódulos ou pólipos (saliências) nas pregas vocais, necessitando de cuidados médicos e fonoterapia.
Tabagismo
O fumo pode causar cancer nas pregas vocais . Por isso, fumantes com rouquidão persistente devem ter o acompanhamento de um médico especialista.
Paralisia vocal
É a incapacidade de movimentar os músculos que controlam as cordas vocais. Os sintomas mais comuns são dificuldades para respirar e mudanças na voz. A paralisia pode afetar uma ou ambas as cordas vocais e surgir em decorrência de doenças cerebrais, como acidente vascular, tumor, lesões nos nervos da região ou esclerose múltipla.
Também pode ser causada por tumores benignos ou malignos, cirurgia para remoção da tireoide, infecção viral dos nervos, inserção de sonda endotraqueal (intubação), substâncias tóxicas que podem destruir o tecido nervoso, como mercúrio, chumbo e arsênico, entre outros.
Papilomas
Semelhantes às verrugas que aparecem na pele, os papilomas também podem surgir na área da laringe. São provocados pela infecção por HPV, um tipo de vírus bastante contagioso. Essas saliências afetam a voz por alterarem a movimentação das pregas vocais.
O problema geralmente exige acompanhamento frequente de um otorrinolaringologista, que pode, em alguns casos, indicar uma cirurgia. Porém, como o vírus HPV permanece no paciente, a probabilidade de reincidência dos papilomas é grande.
Doenças gastrointestinais
O refluxo gastroesofágico, caracterizado pela regurgitação dos ácidos fabricados no estômago, também pode provocar lesões nas pregas vocais, afetando a voz e gerando a sensação de algo parado na garganta. Se for esse o caso, a prescrição de medicamentos e adequação da dieta são capazes de reverterem o quadro.
Tumores
A rouquidão pode ser o primeiro sinal de um câncer na laringe. Pacientes com o sintoma por mais de 2 ou 3 semanas devem ser submetidos a uma avaliação médica e ao exame de laringoscopia para melhor análise das pregas vocais.
Dessa forma, é importante ficar atento com relação às mudanças no tom de voz quando aparecem sem nenhum outro sintoma associado, principalmente em pacientes tabagistas.
Fatores emocionais
Estresse, ansiedade e preocupação intensa podem desencadear a rouquidão em consequência do tensionamento excessivo e da fadiga das cordas vocais. Em situações mais extremas, é possível ocorrer a perda total e transitória da voz, que costuma voltar ao normal com o afastamento do fator que provoca o transtorno emocional.
Como o diagnóstico é feito?
O diagnóstico é feito por um exame clínico, mas a definição da causa requer outros mais específicos e a observação direta do estado das cordas vocais por meio do laringoscópio, visando à identificação de eventuais lesões.
Também podem ser necessárias avaliações mais minuciosas, como a nasofibrolaringoscopia, que permite uma investigação mais precisa, entre outros exames. Para as doenças graves, quanto mais cedo for feita uma avaliação médica, maiores serão as possibilidades de cura.
Quais são os tratamentos?
Os tratamentos diferem de acordo com a causa da rouquidão. De forma geral, quando é provocada pelo uso excessivo da voz (funcional) é indicada a fonoterapia e o repouso das cordas vocais.
Para a rouquidão originada por alterações do aparelho fonador (orgânicas), o tratamento é dirigido para a causa do problema, por meio de medicamentos e, se necessário, por cirurgia.
Como é possível se prevenir da rouquidão?
A rouquidão pode ser evitada ou minimizada com a adoção de alguns cuidados, como:
- aquecer e desaquecer as cordas vocais quando há necessidade de usar a voz por longos períodos;
- tomar bastante água para hidratar;
- evitar o abuso da voz — como gritar ou alterar o tom;
- não fumar;
- não se automedicar;
- restringir o consumo de bebidas alcoólicas.
Conforme foi possível verificar, vários fatores podem causar a rouquidão. Apesar de ser um sintoma comum e normalmente associado a problemas simples de saúde, é um sinal que pode exigir acompanhamento médico. Dessa forma, se a alteração na voz persistir por mais de 2 ou 3 semanas é imprescindível o acompanhamento de um otorrinolaringologista.
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